terça-feira, 27 de julho de 2010

Outros ventos


 Fogem-me as horas por entre penhascos de pensamentos férteis, já não pertenço aqui. O rio segue sem parar colhendo os sorrisos mais bonitos, o meu quer explodir, mantenho-o agarrado nas pontas à lua para que não se desmanche. Está tudo cada dia mais brilhante, e ainda mais claro e sereno. A época de ventos, fustigante, deu lugar a uma acalmia pegajosa de palavras de cortesia. Ainda ouço o eco dos gritos que se soltaram de mim quando me sentia fera, selvagem, sem dono, sem destino. Cortei as garras, coloquei um açaimo no meu rosto e decidi me tornar alguém de verdade. Agora já sabem quem eu sou (alguns, realmente apenas Deus.) mudei-me sem piedade, foi o unico caminho, e o melhor, que encontrei para me tirar de atos infames a que me prestei. Sei agora qual o meu destino, a vida das palavras, a vida dos sentimentos, a vida dos sonhos, a verdadeira vida em Cristo. decidi mudar, decidi viver, decidi matar a mim mesma.

E é porquê matei a mim mesma, que a vida faz sentido.

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